Lar Foguetes e naves espaciais O mistério do satélite zombie. O aparelho «morto» emitiu um impulso após 60 anos de silêncio

O mistério do satélite zombie. O aparelho «morto» emitiu um impulso após 60 anos de silêncio

por José Ricardo Pinho

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Há um ano, os astrónomos se depararam com um fenómeno incomum. Um radiotelescópio na Austrália, que varria o céu em busca de explosões de rádio nas profundezas do universo, registou um sinal poderoso. E isso deixou os cientistas perplexos.

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Agora, descobriu-se que o sinal vinha de um satélite da NASA que não estava a funcionar. No entanto, ainda não se sabe o que o causou.

Não das profundezas, mas de algum lugar próximo
Em 13 de junho de 2024, o radiotelescópio ASKAP (Australian Square Kilometer Array Pathfinder) detectou um impulso estranho. Na verdade, este instrumento científico, composto por 36 antenas de 36 metros de diâmetro, é especializado na busca de sinais raros e cintilantes do espaço. Os cientistas chamam de rápidos surtos de rádio as emissões intensas de ondas de rádio que podem liberar em uma fração de segundo tanta energia quanto o Sol irradia em três dias.

Normalmente, esses surtos de rádio vêm de galáxias distantes, em particular, de aglomerados raros e massivos de estrelas. Mas o sinal registrado no ano passado surpreendeu os astrónomos: era evidente que ele não vinha das profundezas do Universo, mas surgiu em algum lugar próximo, na nossa galáxia, a Via Láctea. E muito perto da Terra — o telescópio nem conseguiu focar nele (da mesma forma que a câmara de um smartphone às vezes tem dificuldade em focar um objeto próximo que estamos a tentar fotografar).

«Foi um impulso de rádio incrivelmente poderoso, que ofuscou tudo o resto no céu num curto espaço de tempo», disse ao New Scientist o principal autor do estudo, o professor associado do Instituto de Radioastronomia da Universidade de Curtin, na Austrália, Clancy James. Estávamos muito entusiasmados e, inicialmente, pensámos que talvez tivéssemos descoberto um novo pulsar ou algum outro objeto.»

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