Lagrange e os seus colegas estudaram a estrela TWA 7, com 6,4 milhões de anos, que se encontra a 110 anos-luz da Terra. Em 1998, o telescópio espacial Hubble descobriu um disco em torno da TWA 7, e observações posteriores com o Very Large Telescope (VLT) europeu no Chile revelaram duas largas lacunas no disco, emoldurando um anel estreito e brilhante de material. A equipa observou o sistema em junho de 2024 com o JWST, operando na faixa do infravermelho médio com comprimento de onda de 11 micrómetros, que é muito difícil de ver da Terra.
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A equipa descobriu uma fonte brilhante a uma distância da estrela que corresponde ao caminho do anel estreito e brilhante, aproximadamente 52 vezes maior do que a distância entre o Sol e a Terra. Excluindo outras possibilidades — objetos do sistema solar, estrelas da Via Láctea, galáxias de fundo —, a equipa concluiu que a fonte brilhante deve ser um planeta, que recebeu o nome de TWA 7 b.
Após a descoberta, a equipa estudou as últimas imagens do sistema, feitas pelo telescópio VLT, nas quais era visível uma ruptura no anel estreito, exatamente no local onde se encontra a planeta. A simulação do sistema usando dados do VLT e do JWST mostrou que o planeta tem uma massa equivalente a 30% da massa de Júpiter e emite luz a uma temperatura relativamente confortável, entre 30 e 60 graus. A simulação também confirma a ideia de que o planeta capturou material e criou vazios dentro e fora de sua órbita, deixando um anel estreito de detritos que divide sua órbita — exatamente como os asteróides troianos que dividem a órbita de Júpiter.